SOBRE MIM

Olá!

Me chamo Renée Kalmus Souss, tenho 46 anos, nasci e fui criada em São Paulo, Brasil.

Desde que sou capaz de me recordar cuido da minha saúde, em todos os aspectos: alimentação, prática de exercícios, yoga, meditação e atenção à minha espiritualidade. Por cuidar do meu corpo e da minha alma com tanto carinho, jamais poderia imaginar que a possibilidade de ter câncer estaria tão próxima.

Sou judia askenazi (de origem europeia), e não há histórico de câncer de mama ou ovário na minha família materna. Foi uma tremenda surpresa descobrir que minha prima, por parte paterna, tinha uma mutação no gene BRCA  e uma surpresa ainda maior quando ela me sugeriu consultar um médico e fazer o teste para saber se eu não tinha a mesma condição genética.

No mesmo dia procurei meu ginecologista, o Dr.Carlos Eduardo Czeresnia, porque precisava saber se era possível ter adquirido a mutação através da herança genética do meu pai. A resposta foi um categórico “SIM”.

 Em janeiro de 2018 decidi realizar o exame. O resultado: positivo. Imediatamente pensei na minha filha, na época com 19 anos, e na minha irmã. Será que elas também teriam a mutação?

Minha filha fez o exame: estava livre.

Minha irmã resistiu muito em fazer o teste. O resultado dela também foi positivo.

Ao procurar informações, apoio, e compreensão descobri que não havia praticamente nenhuma informação sobre esse assunto em português. Quase ninguém em São Paulo sabia do que eu estava falando.

Foi aí que me dei conta que, por parte do meu avô paterno, muitas mulheres morreram ou ainda lutam contra câncer de ovário e/ou de mama. E a ausência de informações a respeito da mutação no gene BRCA provavelmente potencializou o número de casos da doença na minha família. 

O primeiro apoio que recebi veio do meu marido e parceiro há 20 anos. Já as primeiras informações, vieram em uma consulta com o geneticista, Dr. Bernardo Goricochea, de São Paulo, que me explicou sobre a mutação com abertura e acolhimento. Nessa ocasião entendi que eu era parte da estatística, eu era aquele um em quarenta judeus ashkenazim portadores da mutação. 

Munida de informações médicas, em setembro de 2018 optei pela histerectomia total: retirei os ovários, trompas, útero e colo do útero. Não foi uma decisão fácil: me senti sozinha e tive medo várias vezes. Entrei de cabeça na menopausa, mas com um alívio enorme em saber que não correria o risco de ter câncer de ovário.

Nesta jornada aprendi a respeitar as minhas escolhas, ser gentil e paciente com decisões que não são simples. Por isso, com relação à mastectomia preventiva, ainda não tenho uma escolha definida – e justamente por isso, faço exames de acompanhamento a cada 6 meses.

Hoje sou capaz de entender que o que me aconteceu foi uma bênção: ganhei a possibilidade de fazer o que está ao meu alcance para ter saúde e continuar a viver.

Mais do que isso: fui presenteada com a oportunidade de ajudar outras mulheres enfrentando o mesmo diagnóstico e poder compartilhar com elas as informações e o apoio que eu encontrei.

Se você está em busca de informações ou assistência a respeito da mutação do gene BRCA, conte comigo.

Bem-vindos a Brachá Brasil!

Um abraço caloroso,

Renée Kalmus Souss